sábado, 23 de dezembro de 2023

Um livro para o Natal...


Perguntaste-me se ainda gostava de receber livros no Natal.



Disse que sim. Mas não apenas no Natal. Gosto de pensar que o Natal é quando cada um de nós quiser...

Com alguma lata disseste preferir um perfume, que acabara de passar na televisão.

Sorrimos os dois, com a cumplicidade dos amantes.

O mais giro foi que no dia seguinte tivemos a mesma ideia. Eu recebi um livro, tu recebeste um perfume.


segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Não foi por ser São Martinho...


Hoje bebi mais do que devia.


Não foi por ser o mês de São Martinho, que o fiz. O mais curioso foi o sabor do vinho me ter recordado da primeira vez que bebi vinho tinto, quente, à volta de uma fogueira. Devia estar no começo da adolescência e penso que terá sido num daqueles madeiros que ficavam a arder do Natal até ao Ano Novo.

Mas não tenho certezas. Também não te vi a duplicar (como a imagem sugere).

A única certeza é de que o vinho tinto de hoje é quase todo ele poderoso, de 14 graus para cima.


domingo, 15 de outubro de 2023

Quando Outubro deixou de ser triste...

 

Outubro durante anos foi o mês mais triste da minha vida.

Não sabia o que havia de fazer com as namoradas de Verão e via-as a escaparem por entre os dedos. A "magia do amor" acabara... 

Eram amores que não resistiam ao frio. Provavelmente o problema era meu.

Até que apareceste tu. Ficaste para lá se Setembro. 

Em Outubro ainda fomos à praia, agasalhados e abraçados.

E depois tínhamos chá quente à nossa espera na velha casa amarela...


domingo, 3 de setembro de 2023

Setembro era diferente...


Setembro era diferente (agora é tudo mais igual).

Não sonho contigo, muito, mas ainda te vejo a correr à minha frente, de vestido leve e esvoaçante. 

Adorava as tuas caretas. 

Acho que gostava de tudo em ti durante o Verão...


quarta-feira, 16 de agosto de 2023

O Agosto em Lisboa já não é o mesmo...


Se as temperaturas não fossem tão altas como são nos nossos dias, Agosto era óptimo para se estar nas cidades.


Muita coisa mudou. E não foi só o calor...

A febre do turismo acabou com a ausência de pessoas.

O Agosto em Lisboa não é a mesma coisa. As multidões parecem ainda maiores, que nos meses normais. É só gente de calções e vestidos leves, que tiram mais retratos do que olham para as coisas...


segunda-feira, 10 de julho de 2023

Quando gostava de praia...


Quando gostava de praia gostava de Julho.

Não havia tanta gente como em Agosto e o calor era igual.

Como agora gosto mais de Mar que de praia, qualquer estação é agradável para estar...


quarta-feira, 21 de junho de 2023

o calor e as ilusões...

 

O calor em excesso cansa, chateia, aborrece.



Até o amor fica para depois, quando a frescura chega, de madrugada.

Gosto do mar, mas não dele cheio de gente à sua volta.

Estou a ficar cada vez mais estranho. 

Não sei se pintar o cabelo resolve alguma coisa, me dá os anos que vou perdendo, aqui e ali.

Claro que sei que não resolve nada, mas nunca perdemos a mania de viver de ilusões, pequenas ou grandes...


sábado, 20 de maio de 2023

não sei quase nada de maio


 Não sei quase nada de Maio.



Não percebo de plantas e de flores.

Sei só que é um mês bonito, cheiroso, agradável.

Sim, em parte, isso basta-me.


domingo, 23 de abril de 2023

Cravos, sonhos? não obrigado.

 Abril pode ter mais ou menos cravos.



Abril pode cheirar, ou não, a liberdade.

Abril pode ser esperança ou outra coisa qualquer...

Mas por favor, não me falem mais em sonhos de Abril.

Queria sim, mais realidade, mais democracia, mais igualdade.


sexta-feira, 17 de março de 2023

Na rua logo pela manhã...


Levantou-se cedo. Saiu de casa ainda antes das nove.


Quando a encontrei, perguntei-lhe o que fazia uma artista àquela hora na rua.

Sorriu de forma luminosa, coisa rara nas manhãs. E disse-me apenas bom dia.

Só depois do almoço é que nos encontrámos, no nosso café.  E soube que tinha ido a um casting para uma série das américas.

Perguntei-lhe como correra. Não sabia. Nunca sabe. 

Só depois de receber o telefonema da agência é que fica a saber se sim ou não. Disse que é sempre assim. 

Acendeu um cigarro e disse que depois de mais de uma centena de castings, as perspectivas são sempre baixas. Tudo o que vier é ganho, mas não adianta querer ultrapassar o tempo nem ter demasiadas esperanças.

Não lhe disse, mas continuo sem saber como é que há tanta gente por aí que quer ser artista...


sábado, 25 de fevereiro de 2023

Combater a Solidão com uma viola...


Finge que trabalha, das nove às cinco.




Mas é mentira, onde de facto trabalha é em casa, para preparar mais uma noitada no bar do Rui, com canções diferentes, para pessoas diferentes.

Está lá das vinte e duas às duas da matina. E depois casa. Gosta do cansaço que sente e de mal se deita na cama, adormecer de seguida, até ao toque do despertador.

É assim há pelo menos doze anos, desde que o seu casamento acabou, quando a mulher preferiu roubar o marido da prima. 

Nunca mais conseguiu ter uma mulher por mais de uma noite.

Escreve muitos poemas sobre essas mulheres, fatais e fatalistas. Mas sabe que nunca mais confiará em nenhuma...


sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Parece que já não há anos novos...


Por muito que nos esforcemos em pensar que sim, há muito tempo que já não existem anos novos.




É tudo ilusão, criada pelo esperto do inventor dos calendários.

Mas todos queremos pensar que sim, vamos mudar alguma coisa, nem que seja no cabeleireiro e no pronto a vestir. 

E também podemos mudar o móvel de sala para o lado oposto...

Vamos lá fingir que sim, que começa tudo de novo.