Tínhamos quase dezoito anos.
Festejava-se o São Martinho, com uma fogueira, havia também uma caldeira enorme onde aqueciam vinho.
Havia tradições estranhas. Ainda há. Nunca conseguimos deixar de ser estranhos.
Fomos quase obrigados a beber aquela pinga quente, que eras capaz de dar a volta à barriga de qualquer um, desprevenido. Ou se insistissemos, num outro copo, ficarmos demasiado alegres.
Acho que só bebemos um copo.
Recordo apenas o teu sorriso iluminado pelo fogo, que te dava um ar mais selvagem, roubando-te a inocência que ainda possuias, enquanto fumavas um cigarro...