quarta-feira, 2 de maio de 2007

Não Gosto de Polícias nem de Bandidos


Não gosto de polícias nem de bandidos...

Não me esqueço que cresci numa rua que era muito visitada pelos polícias, por duas razões especiais, no número 12 existia um bordel de terceira categoria e numa das esquinas vivia um senhor que diziam que era comunista. Não sei o que era, além de boa pessoa e um excelente guitarrista, muito requisitado pelas casas de fado.
Sei apenas que as mulheres falsamente púdicas e os bufos da situação, estavam sempre na esquadra a fazer queixinhas das "meninas" e do "comunista".

Os polícias chegavam sempre com maus modos, como se fossem donos do bairro, ao ponto de nos obrigarem a vestir a pele de bandidos e atirarmos várias fisgadas aos seus bonés e rabos salientes, escondidos na folhagem das árvores da propriedade do senhor Afonso, que se dizia conde da Ericeira. Ali eles não chegavam, nem com reforços, porque tinham medo dos cães, três pastores alemães que andavam sempre à solta, e para nossa sorte, gostavam de nós e odiavam fardas.

À medida que fui crescendo comecei a ficar cansado de ser "bandido".
Porquê? Porque só conhecia malandragem de quinta categoria, sempre prontos para assaltar velhinhas e nunca a planearem um grande golpe, como via nos filmes ou lia nos livros.

Hoje ainda estou mais dividido.

Percebo que com estes "nazistas", com um pé dentro e outro fora das claques de futebol, só há uma forma de diálogo, à cacetada.

Mas às vezes sinto saudades da minha fisga... e eu até era bom de pontaria...

4 comentários:

Anônimo disse...

bom dia, zé gomes. agradeço a sua visita e o amável link. felicidades!

Maria P. disse...

Os dois lados da moeda.

Um abraço.

Luis Eme disse...

Eu também não gosto de polícias e ladrões? Porque será?

Provavelmente o mundo está cheio de maus polícias e ladrões.

Zé Gomes disse...

Boa noite Alice.

São mesmo os dois lados da moeda, Maria.

Quem gosta desta cambada, Luís?