quinta-feira, 24 de maio de 2007

Já Sobra Um


Já são Doze os Candidatos à Presidência da Câmara de Lisboa.
Quem foi que disse que a Autarquia estava falida?
Eles aí estão, de peito aberto, preparados para este grande desafio, da esquerda à direita, do PCP/ MRPP à Nova Democracia.
Até já sobra um, para uma jogatana de futebol, contra qualquer equipa de futebolístas de fim de semana.
Até parece que ganhamos todos com isto, porque há mais opções de escolha. Será?

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Palco Alfacinha (1)


Lena d´Água voltou aos discos, quinze anos depois.

Não foi uma "fuga" voluntária... foi sim, uma paragem obrigatória para assistir, umas vezes serena, outras nem por isso, às cambalhotas que a música portuguesa ia dando, cada vez mais perigosas...

Era o tempo do sucesso da pimbalhada, das Romanas, dos Zés Cabras, das Mónicas Cintras, dos Nelos Monteiros, entre tantas nulidades.

Os editores foram e são os grandes culpados do nivelamento tão rasteiro que fizeram da musica portuguesa, ignorando as grandes vozes da nossa terra (e não são tão poucas quanto isso...).

Lena não desistiu e está aí, com "Sempre ao Vivo"...

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Uma Frase Por Semana (III)



«Todas as coisas têm o seu mistério e a poesia é o mistério de todas as coisas.»


Federico Garcia Lorca, poeta espanhol

quarta-feira, 16 de maio de 2007

A Canção de Lisboa


A Canção de Lisboa é definitivamente o fado.
Não o fado das grandes catedrais, mas sim aquele improvisado, com cheiro a castiço que ainda se houve em algumas tascas dos bairros mais tipicos da Capital.
Nunca esqueci as visitas que fiz na década de oitenta à "Mascote da Atalaia", no Bairro Alto, onde se ouviam vozes de todas as idades e tons, que apareciam e desapareciam pela noite dentro.
Nesta altura ainda existiam vários jornais no bairro e as prostitutas ainda seguravam os candeeiros, lançando convites marotos a quem passava na rua...

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Um Presidente à Medida de Lisboa


Duarte Pacheco é uma figura importante da história de Lisboa e do próprio país.

As grandes obras realizadas na Capital na primeira metade do século XX tiveram a sua direcção, quando acumulou as funções de Presidente da Câmara de Lisboa e Ministro das Obras Públicas nas décadas de trinta e quarenta.
Além do Parque de Monsanto e do Aeroporto da Portela, realizou as primeiras grandes obras viárias da Capital e mandou erigir os primeiros bairros sociais.
Com apenas 43 anos foi vitima de um acidente de viação em Vendas Novas, ao qual não resistiu.
Embora estivesse ligado ao Estado Novo, a sua qualidade como engenheiro e governante ultrapassa quaisquer questões políticas que possam existir.

Lisboa bem precisa, actualmente, de alguém com esta qualidade, para chefiar o Município...

sábado, 12 de maio de 2007

Uma Frase Por Semana (II)


«O Mundo é para quem nasce para o conquistar e não para quem sonha que o pode conquistar, ainda que tenha razão.»


Fernando Pessoa, poeta português

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Apetece-me Perguntar...


Quem tem medo de Helena Roseta?

Parece que é este PS socrático. Mas...

A Capital está de pantanas e é preciso muito bom senso e seriedade, para equilibrar as coisas.
É por isso que gostava de ver uma mulher à frente do Município de Lisboa, também ela tão feminina e bela, apesar de ser vitima de maus tratos há décadas...

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Gosto da Noite


Gosto da noite, porque não tem sol, é sempre mais fresca e escura,
Gosto da noite, porque tem poucas pessoas nas ruas e é mais silenciosa,
Gosto da noite, porque quase que não se mexe, é mais calma,
Gosto da noite, porque as mulheres têm os olhos mais brilhantes e o corpo mais roliço,
Gosto da noite, porque gosto da luminosidade dos candeeiros,
Gosto da noite, porque sim...
A fotografia de Alfama é de Eduardo Gageiro

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Escolher a Rua Como Morada


Nunca é uma escolha voluntária, é quanto muito um voluntariado forçado...
Mas o que é facto, é que o clube dos "sem abrigo", é cada vez mais numeroso nas ruas de Lisboa.
Grande parte das pessoas com quem nos cruzamos têm idade avançada e são na maioria, homens, sem presente, sem futuro... e que fingem não ter passado.
Os mais jovens, são quase todos toxicodependentes. Sobrevivem com uma única preocupação, arranjar dinheiro para comprar um quarto de grama do "elixir da falsa felicidade".
Talvez sejam a melhor caricatura da sociedade actual, cada vez mais egoísta, individualista e solitária...
Às vezes pergunto: «O que pensarão as suas famílias, desta escolha? Aprovam? São indiferentes? Fingem não saber de nada?»
É difícil concluir o que quer que seja.
O Estado e muitas instituições de carácter social lembram-se deles apenas no Natal.
Eles também se devem lembrar bastante desta época, porque além de lhe oferecerem banho, roupa, comida... levam com toneladas de hipocrisia em cima.

Sei que este texto não é de Primavera, é mais de Outono ou Inverno... a culpa foi da fotografia de Arnaldo Sousa, do homem deitado no parapeito das escadas do Teatro D. Maria II, no Rossio...

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Uma Frase por Semana (I)


«Tenho a impressão de que, se o jornalismo fosse um pouco mais sério, o mundo seria mais sério.»

Sebastião Salgado, fotógrafo brasileiro


Eu também... e vocês?


A fotografia que acompanha o texto faz parte do álbum "Retratos de Crianças do Êxodo", de Sebastião Salgado.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Esta Lisboa que Eu Amo...


Não é um fado ou uma canção, é apenas uma prosa de um lisboeta preocupado, com os danos que o PSD tem feito na Cidade onde sempre viveu.

Tenho pena desta Lisboa meio perdida, assim como tenho pena que a vaidade de Carrilho, levasse Mega Ferreira a recuar na sua intenção de se candidatar a "mayor" da Capital.
Gostava de ver a sua acção como autarca, e sei que ele também gostava de tomar o pulso à nossa Lisboa...

Como é hábito entre nós, Santana Lopes e Carmona Rodrigues vão escapar, acabarão por passar à história, sem culpa formada...
A fotografia belíssima que acompanha o texto é de Eduardo Gageiro.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Não Gosto de Polícias nem de Bandidos


Não gosto de polícias nem de bandidos...

Não me esqueço que cresci numa rua que era muito visitada pelos polícias, por duas razões especiais, no número 12 existia um bordel de terceira categoria e numa das esquinas vivia um senhor que diziam que era comunista. Não sei o que era, além de boa pessoa e um excelente guitarrista, muito requisitado pelas casas de fado.
Sei apenas que as mulheres falsamente púdicas e os bufos da situação, estavam sempre na esquadra a fazer queixinhas das "meninas" e do "comunista".

Os polícias chegavam sempre com maus modos, como se fossem donos do bairro, ao ponto de nos obrigarem a vestir a pele de bandidos e atirarmos várias fisgadas aos seus bonés e rabos salientes, escondidos na folhagem das árvores da propriedade do senhor Afonso, que se dizia conde da Ericeira. Ali eles não chegavam, nem com reforços, porque tinham medo dos cães, três pastores alemães que andavam sempre à solta, e para nossa sorte, gostavam de nós e odiavam fardas.

À medida que fui crescendo comecei a ficar cansado de ser "bandido".
Porquê? Porque só conhecia malandragem de quinta categoria, sempre prontos para assaltar velhinhas e nunca a planearem um grande golpe, como via nos filmes ou lia nos livros.

Hoje ainda estou mais dividido.

Percebo que com estes "nazistas", com um pé dentro e outro fora das claques de futebol, só há uma forma de diálogo, à cacetada.

Mas às vezes sinto saudades da minha fisga... e eu até era bom de pontaria...

terça-feira, 1 de maio de 2007

Um Dia Primeiro


Hoje Maio começa...

Gostava de ter esperança de que o mundo não vai continuar a andar para trás...

E que todos os direitos que fomos conquistando ao longo do século XX não continuem a ser confiscados e que os ricos parem de ser cada vez mais ricos...

Queria que a minha filha não voltasse a lavar o chão, como a avó...