Às vezes queremos fugir, mas não conseguimos...
Foi o que me aconteceu quando te vi sentada na esplanada, a carpir a solidão dos quarenta ou outra coisa qualquer.
A última vez que conversámos ficámos assim para o chateado. Pelo menos nunca mais telefonaste ou fizeste-te aparecida nas ruas que percorriamos.
Acho que queria evitar qualquer cena triste, qualquer provocação, ou até agressão.
Nós humanos somos mesmo esquisitos. Ou estúpidos, parece-me que fica melhor.
Mas ainda bem que não mudei de passeio, porque assim que me viste sorriste, não sei de quê, mas era de qualquer coisa boa. E não da nossa última conversa. Acabei por beber o café na tua mesa. Não falei muito mas ouvi bastante. Precisavas muito de falar, de dizer mal de tudo e de todos (desta vez escapei...).
O mais estranho foi comportares-te como se nunca nos tivéssemos chateado, como se estivéssemos ali no dia anterior, com a mesma conversa de "partir isto tudo".