Sentas-te na mesma mesa, sempre de livro aberto, mas com o olhar distante, muito para lá da janela grande, com vista para o desfile diário da rua movimentada.
Nunca falamos, nem com um simples cumprimento de cortesia. Mas quando nos olhamos, paramos mais que um segundo, e tentamos descobrir algo mais de nós, dentro do olhar. Passados os dois segundos desistimos e voltamos para a nossa tarefa, de ler e de escrever.
Aposto que quando ela me vê escrever, pensa que estou a escrever sobre ela. E às vezes é, como agora...
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