Levantou-se cedo. Saiu de casa ainda antes das nove.
Quando a encontrei, perguntei-lhe o que fazia uma artista àquela hora na rua.
Sorriu de forma luminosa, coisa rara nas manhãs. E disse-me apenas bom dia.
Só depois do almoço é que nos encontrámos, no nosso café. E soube que tinha ido a um casting para uma série das américas.
Perguntei-lhe como correra. Não sabia. Nunca sabe.
Só depois de receber o telefonema da agência é que fica a saber se sim ou não. Disse que é sempre assim.
Acendeu um cigarro e disse que depois de mais de uma centena de castings, as perspectivas são sempre baixas. Tudo o que vier é ganho, mas não adianta querer ultrapassar o tempo nem ter demasiadas esperanças.
Não lhe disse, mas continuo sem saber como é que há tanta gente por aí que quer ser artista...
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